terça-feira, 18 de novembro de 2008

Samuel Celestino opina!

O artigo do ministro Geddel Vieira Lima, publicado no jornal "A Tarde" é um desses documentos que relembra os bons momentos altivos da política baiana, de muitos, muitos tempos atrás. Transcende à postura menor de apego a cargos - que o ministro sempre disse que não o tinha - para se situar numa questão de princípios, colocando a Bahia em primeiro plano. O PT ficou menor, tornou-se anão político diante da forma hábil na qual Geddel coloca à disposição do governador Jaques Wagner os cargos que o PT pedia, para que o governador fique à vontade para agir como bem entender, sem que isso signifique um ruptura entre ambos. O artigo é para ser lido, refletido e saboreado. Põe o PT na condição de uma legenda que vê o Estado e a política como sinônimos de cargos. O ministro abre mão deles, e o PT recebe de volta, numa espécie de xeque-mate, o pragmatismo que o fez permanecer no governo João Henrique até o último momento, e que os petistas, na suas declarações, imaginavam que impregnava os movimentos de Geddel. O ministro põe tudo às claras e informa, já com as mãos desatadas pelo que escreveu, que não será candidato a deputado federal em 2010, sem dizer, no entanto, a sua pretensão. Mas ela fica no plano do óbvio: restam o governo do Estado ou Senado Federal. No momento certo, é isso o que se depreende do artigo, e muito antes de qualquer calendário eleitoral, o ministro declara a sua liberdade em relação ao governo, mantém a aliança até onde for possível, mas se declara dono do seu futuro. Uma jogada de mestre, mas previsível, porque anunciada. Não foi percebida por que não quis ou não saber ler o que as palavras transmitem.
(Samuel Celestino)

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial